16 de fevereiro de 2012

Sunny Day Real Estate - LP2 [1995] e The Rising Tide [2000]






É verdade, amiguinhos: já houve uma época em que a palavra emo não era necessariamente depreciativa. Choro e desespero eram commodities baratos, enquanto os dias de sol sofriam forte valorização imobiliária. Nessas coordenadas do espaço-tempo, a Imobiliária Dia Ensolarado era praticamente cultuada por uma clientela que gostava de barulheira, mas também dum melodraminha (me included).


Acho engraçado que no documentário do Foo Fighters (grupo que chegou a compartilhar dois integrantes com o Sunny Day) a banda seja retratada como algo menor, sem muita relevância: "um sonho de adolescência sem futuro", segundo o  baixista Nate Mendel. Talvez a treta do Dave Grohl com o William Goldsmith tenha algo a ver com isso (o Dave jogou fora e refez ele mesmo as faixas que o  baterista  havia gravado para o The Colour and the Shape, chutando-o da banda logo depois), embora seja verdade que, enquanto empresa, o Sunny Day não mandava tão bem assim. Eram emos até nisso, e durante o tempo em que a raiz punk/hardcore não era ainda um elo perdido, plantavam e regavam conflitos ideológicos no pátio das gravadoras. Nessa onda, rejeitaram a oferta de uma major e optaram por um selo menor, que faliu pouco tempo depois de lançarem o The Rising Tide.

A galera mais xiita, que só ouve a fase SubPop deles, não gosta desse disco órfão. Diz que está prog e megaproduzido, e que gostavam mais do Jeremy Enigk quando não entendiam o que ele dizia. Era mais "misterioso". A real, jogada pelo próprio vocalista numa entrevista, é que quando ele chegou ao estúdio pra gravar o LP2, as letras nem estavam prontas ainda - aí ele improvisou alguns murmúrios na hora. Do it yourself, and quickly!


LP2
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The Rising Tide
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