7 de outubro de 2011

Dan Black - Un [2009]



O Dan Black pode ter aquele jeitão ploc-ploc pão-com-ovo dele, mas que o rapaz sabe fazer música *pop*, ah sabe. Tá, eu já disse isso, tou ligado. Em todo caso, fazer música pop perfeita não basta para garantir o sucesso de alguém; nem assinar com uma major, nem chamar o Kid Cudi pra fazer participações, nem ser indicado num VMA qualquer. É, a vida é dura... he was dressed for success, but success never came. Uma pena, mas talvez o mainstream não seja pra você, amigo. Pense bem, o Passion Pit, que chegou a fazer um remix bizarrão de uma música sua, se deu um pouco melhor. O que isso quer dizer?


Bom, sou teu fã mesmo assim.


Un
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26 de setembro de 2011

Tristeza - Insound Tour Support Series vol.1 [1999] e Dream Signals in Full Circles [2000]





Como eu ia dizendo, o sol da Califórnia pode fazer mais do que deixar a pele do Ken cor de laranja. De vez em quando saem de lá uns branquelos barbudosdesses sujeitos talentosos com bom gosto pra música, tipo o Jimmy LaValle. Yeap, o front man do Album Leaf (que já existia na época como projeto paralelo) tocava guitarra no Tristeza.


Conheci a banda no site da Insound, que já me ajudou muito nessa vida. Não só a mim, mas às bandas também, porque periodicamente lançava EP's promocionais, com faixas inéditas, para bancar turnês pra rapêize. E foi o Tristeza quem estreou a série, que dali em diante apoiou artistas como Bright Eyes, Ida, Camera Obscura, Versus e The Rapture.


Sobre o som, uma descrição fast-food poderia dizer assim: teclados atmosféricos sob loops hipnóticos, quebrados no meio, com dedilhados que te enganam. O povo por aí costuma dizer que é post-rock, basicamente por se tratar de uma banda instrumental, mas não vem ao caso cavocar muito na meta-coisa da parada: longwaves não são pré-requisitos pro rótulo. Ou seja, em nenhum momento os caras abrem tudo, pisando em três pedais de distorção ao mesmo tempo - aliás, não pisam em nenhum, as guitarras são sempre bem limpinhas.


Durante a digestão, eles não apelam ao recurso da long wave - a tensão é construída na base de arranjos que se resolvem no contra-tempo. E isso deles tocarem super bem também não implica em punhetaria, pelo contrário: quem estiver esperando por algo assim vai acabar achando o troço todo meio monótono. De qualquer forma, o Dream Signals in Full Circles foi gravado e mixado em 10 dias. Aí é covardia, né?


Insound Tour Support Series [vol. 1]
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Dream Signals in Full Circles
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20 de julho de 2011

Ride - Nowhere [1990]



Clássico dos clássicos, o melhor disco do Ride de longe e, por consenso, a segunda maior referência shoegazer do mundo depois do Loveless, do My Bloody Valentine (ok, capítulo à parte). Foi o 74º lançamento da Creation Records, e como piada, ficou em 74º lugar do 90's Top 100 da Pitchfork.


Eu tinha apenas nove anos quando ele foi lançado; desnecessário dizer que só fui conhecer meia dúzia de anos mais tarde, nos anos cósmicos da chatolescência. Não sou tão indie assim. ¬¬ Mas enfim, emocionou, e na época lembro de escutar os mais velhos (respect!) discutindo, no corredorzinho agradável que um dia foi o James Bar, se o Tarantula (última bolacha inédita da banda) era ou não um álbum à altura do Ride. Não, não era.


Nowhere
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1 de maio de 2011

Warpaint - Exquisite Corpse [2009]




Não importa se elas são ou não queridinhas da América, o que importa é que o John Frusciante gravou esse EP com seus próprios gravadores de fita de rolo. E também é bacana saber que não é só a sua banda que se enrola a valer pra fazer um disquinho: as Warpaint começaram este em 2007, pararam, voltaram, mudaram de idéia, fizeram tudo de novo em 2008, meio que soltaram o EP por baixo dos panos, depois se enrolaram mais um tempo e finalmente lançaram por um selo, lá no final de 2009.


Ano passado saiu o primeiro full-length da banda, debut aguardado à base de ansiolíticos. As músicas estão bacanas, o álbum é bem bom e tal, maaas... não rola este clima. Por enquanto, este aqui continua sendo O disco delas.


Exquisite Corpse
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18 de fevereiro de 2011

Thieves Like Us - Play Music [2008] e Again and Again [2010]





Primeiro foi um romance noir clássico, do tipo crime/tragédia (1937). Depois, baseados nele, vieram dois filmes (1950 e 1974). O último inspirou uma música do New Order (1984), que por sua vez influenciou um grupo de synth pop lo fi (2002). O jogo de dominó no nome Thieves like Us é mó blasé. 


E os caras da banda vão atrás do glamour mesmo: fazem o tipinho cidadãos do mundo (o vocalista é de Nova Iorque, o camarada dos synths e o baterista são suecos; eles se conheceram em Berlin mas acham que são de Paris), curtem uma pesquisa em electronica vintage e todo aquele ar de metrópole retrofuturista. O resultado podia ser uma parada assim, clubber dândi, mas para nossa alegria o som cede ao estigma e acaba sendo esquisitão e um tanto quanto tristonho.


Os vocais gravados em casa, em cima de mil layers de sintetizadores analógicos, imprimem a sinceridade dum pobre nerd; um pobre nerd baladeiro que pode gravar seu primeiro disco em diferentes lugares do planeta - o Play Music foi feito em seis cidades, sendo uma delas o Rio de Janeiro. Aliás, em 2009 eles tocaram em Porto Alegre e São Paulo, e só fiquei sabendo disso quase um ano depois... arranquei os cabelos, é claro.


Play Music
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Again and Again 
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11 de janeiro de 2011

Magnetic Morning - A.M. [2008]




Toda pessoa de bem tem um espaço reservado para o Swervedriver no coração. Fato.


Haha, parei, senão vão me agredir na rua - senso de humor é que nem mamilo esquerdo. O fato é que o Swervedriver é foda mesmo. Por conseguinte, o guitar hero do Adam Franklin é foda também. Ele compõe bem, vai.


Uns dez anos depois do último disco da banda, ele lançou esse álbum. Acho que a crítica especializada só prestou um pouco de atenção no projeto porque o baterista é o cara do Interpol (tido quase como um frontman), mas mesmo assim não rolou empolgar muita gente. Talvez porque tenha rolado uma reunion do Swervedriver naquele mesmo ano. Whatever. O que importa é que chamaram o cara do Album Leaf pra tocar teclado nas gravações, imagine só: fumaça shoegazer estratosférica e escura pra todo lado, muito amor.


O engraçado é um cara de Oxford e um de NYC decidirem gravar e lançar um disco justo em Athens. Por que será?


A.M.
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