1 de novembro de 2010

Coconut Records - Nighttiming [2007] e Davy [2009]





O Jason Schwartzman é do tipo come-quieto - ele sempre está por aí, mas a gente mal vê. Bem, ele também parece não fazer muita questão de ser visto. Tipo, ele é ator, sobrinho do Francis Ford Copolla e primo do Nicolas Cage, o irmão dele faz aqueles blockbusters milionários horríveis, mas ele mesmo quase só pega pontas. Várias delas, na real. Ele foi o Luís XVI no Maria Antonieta e o Ringo Starr em Walk HardDe vez em quando dá uma de protagonista, como no seriado Bored to Death e nos curtas Hotel Chevallier e The Darjeeling Limited (que, aliás, ele ajudou a escrever). E olha que o cara é bom, é engraçado.


O Coconut Records é a sua persona musical. Ele compõe as letras e as melodias, grava quase todos os instrumentos e arranjos. Lança os discos por um selo que ele mesmo criou, e divulga de mansinho, daquele jeitão Onde Está Wally. Quando fui ao cinema ver Cloverfield, durante a cena da festa, reconheci o riffzinho de West Coast: come-quieto. Ele também chama o povinho ator pra participar das gravações - a Kirsten Dunst, a Jennifer Furches e a Zooey Deschanel fizeram backing vocals numas músicas dele (come-quieto?). E falando na Zooey <3, só fui reparar que ele aparece no filme do Guia do Mochileiro das Galáxias lá pela terceira vez que vi - e são só alguns segundos. Come-quieto!


Quem me ensinou a prestar atenção tanto nele quanto nela foi a Alyssa Aquino, enquanto papeávamos sobre clássicos pessoais e bandas da vida. Confesso que a primeira vez que ouvi o Nighttiming achei o disco um pouco fácil demais, mas quando fui perceber, o bicho já era o mais ouvido do meu Last.fm. Tá certo que só abri minha conta em 2006, e que o scrobbler não pega fitas k7 ou as coisas que eu ouço no iPobre ou no som da sala, etc, etc, mas pô, bateu até as audições digitais de The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars!


Eita, me pegou desprevenido. Isn't that the way it goes?


O som é extremamente pop, sensível e engraçado ao mesmo tempo - e ainda é um mistério como foi possível misturar esses ingredientes sem dar em água com açúcar. O Nighttiming corrobora minha teoria de que corações quebrados geram os discos mais inspirados, e contém vários hits em potencial (nenhum chegou a ficar muito conhecido, naturalmente). Uns dois anos depois do lançamento, uma DJ aqui da micrópole descobriu a banda e começou a tocar uma dessas faixas na balada. Super funcionou na pista, e era ótimo poder contar com essas pequenas e agradáveis ilhas num mar de sucessos do novo-róque chinfrim. Claro, depois de um tempo essa faixa chegou até a enjoar um pouco, bateu cabelo demais. Mas ok, repetition kills you, e o ponto é provar que rolaria: he could if he would.


O segundo disco, Davy, é perfeito para embalar road-trips (não tenho como ouvir Microphone sem lembrar da cara de felicidade da Ms. Kummer com seus fones de ouvido no ônibus para Pucón). O álbum segue uma linha mais sutil, acústica, sem referências irônicas a episódios da vida noturna pós-break-up ou riffs roqueiros weezerianos. Talvez tenha a ver com as reciclagens que costumam acontecer depois de refletirmos sobre nossas próprias retrospectivas. O Jason com certeza andou fazendo isso, a julgar pelo clima autobiográfico de Drummer, canção cuja letra, após resumir os anos da vida dele em frases sucintas, culmina no refrão "...and I was the drummer in a band that you heard of". Ah é, faltou mencionar isso - ele também era baterista do Phantom Planet. Alô, O.C.!


Nighttiming
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Davy
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5 comentários:

  1. orra, que massa esse cd davy (tou ouvindo no grooveshark, mas já vou aproveitar seu link pra baixar)
    merci ;)

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  2. e ontem voltei pra casa com esses dois picture-discs, bem lindos. *_* thanks to belz and sielski! <3

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  3. Maravilhoso <3 Conheci através do sing Microphone e desde então sou apaixonada. Pena que os cds físicos são caríssimos :c

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